GRAVIDEZ ORIENTAÇÕES BÁSICAS
Parabéns, você está grávida. Isto deve ser encarado como uma situação
de graça e felicidade, e não como doença. Logicamente, sempre existe um
pouco de ansiedade com relação ao desenrolar dos acontecimentos, mas que
poderá ser aliviada a medida que você e comadres", confie no seu
médico. Para que este guia fique mais didático, nós o dividimos em
alguns períodos, onde os acontecimentos são mais comuns. Antes de
começarmos, é importante lembrar que a gestação normal dura em média 9
meses solares ou 40 semanas; com uma variação normal entre 38 a 42
semanas. Primigesta quer dizer primeira gravidez. Multípara significa
mais de uma gestação. Consideramos aborto, quando o produto conceptual é
eliminado antes de 22 semanas. Feto é o nené dentro do útero, e
recém-nascido após o nascimento.
O pré-natal, deve ser iniciado tão logo a paciente "perceba" a
possibilidade de estar grávida. Em geral as consultas são mensais até o
sétimo mês, quinzenais no oitavo mês, e semanais no decorrer do nono
mês. A gestação é coroada de sintomas desagradáve oportunamente nas
consultas.
PRÉ-NATAL
No início da gravidez, podemos ter os seguintes sintomas: enjôo,
tontura, vômitos, dor de cabeça, salivação excessiva, cólicas uterinas
discretas, irritabilidade, sonolência, sensação constante de bexiga
cheia, prisão de ventre, etc. Nesta época, você i deverá usar para
aliviar determinados sintomas. Ainda nesta época, serão solicitados os
exames de rotina pré-natais, denominados de "perfil pré-natal". E
orientação da Organização Mundial da Saúde, pelo menos os seguintes
exames:
Tipagem sangüínea e fator Rh
Hemograma
Sorologia para sífilis
Urina
Parasitológico de fezes Estes exames são obrigatórios. Obviamente,
outros exames podem ser solicitados a critério médico, sendo os mais
comuns a glicemia, sorologia para rubéola e toxoplasmose e o
papanicolau. Atualmente, o exame de ultra-som está entrando na rotina. O
ideal seria solicitar o primeiro exame por volta das 12 semanas e outro
no sétimo mês. Mas, esta conduta é variável de médico para médico e
depende, também, da presença ou não de determinadas patologias.
HIGIENE E DIETA
Com relação à orientação higieno-dietética da grávida, é importante
lembrar que na alimentação o que interessa é a qualidade e não a
quantidade de alimentos ingeridos. Em geral, se a paciente já se
alimenta bem, é recomendável complementar com 1 litro d e verduras.
Deve-se, desde o inicio, controlar a ingestão de farináceos, frituras e
doces. De preferência, dividir em 6 refeições por dia, evitando grandes
períodos em jejum. O álcool deve ser evitado, limitando-se á ingestão
discreta (social>. O Fumo é um agressor fetal sorrateiro e perigoso,
devendo ser abolido na gestação. Quando impossível, permita-se até 5
cigarros por dia, com um intervalo de 4 horas entre as fumadas. O
aumento ideal de peso, atualmente, está permitido entre 10 e 12 quilos.
Ganhos menores de 9 e acima de 15 quilos aumentam o risco pré-natal.
Roupas adequadas para a estação, sapatos baixos (salto de até 3 cm),
sutiãs justos mas não apertados, e principalmente, a meia elástica de
média compressão para gestantes, devem fazer parte do vestuário da
grávida. Com relação á pele, deve-se evitar tomar sol sem protetores
solares, para que não apareçam manchas escuras, uma vez que a
pigmentação está aumentada na gestação. Óleos e cremes têm pouco valor
na prevenção de estrias, mas podem ser usados.
GINÁSTICA E ATIVIDADE SEXUAL
Ginásticas de baixo impacto após o 4º mês e exercícios respiratórios
podem e devem ser praticados, desde que não haja contra-indicações.
Andar, nadar e pedalar é muito bom. Também alongamento. Um curso de
orientação para as mamães iniciantes é recomendá desde que não causem
cólicas nem sangramentos. Procure posições cuja penetração não seja
profunda (por exemplo, a lateral). Outras contra-indicações devem ser
discutidas com o seu pré-natalista.
MOVIMENTOS FETAIS
Com o evoluir da gestação, principalmente após a 20ª semana, outros
sintomas ainda desagradáveis, mas também comuns, podem aparecer:
cãibras, dor lombar, fisgadas nas virilhas, azia, sensação de falta de
ar, inchaço nos pés; mas, o que mais chama a aten ser doloridas e chegam
às vezes a incomodar bastante principalmente á noite. Os movimentos
fetais começam a ser percebidos entre 18 e 20 semanas. A medida que o
feto vai crescendo, seus movimentos vão ficando mais intensos e
demorados, podendo inclusive, ser estimulados com sons externos como
buzina de bicicleta usada como teste de bem estar fetal. Quanto mais o
feto mexe, mais tranqüila a mãe deve estar, pois os movimentos estão
ligados diretamente a boa vitalidade fetal. O feto não dorme junto com a
mãe. Seu ritmo é diferente, e a cada 60 a 80 minutos de atividade, o
feto dorme em média 20 minutos. No final da gestação (após o 7º mês), a
paciente deve acostumar-se a deitar sempre do lado esquerdo. Esta
posição melhora a circulação renal da mãe, liberando mais toxinas
maternas e fetais, e melhora a circulação placentária com melhora da
oxigenação do feto. Deve-se, após o 8~0 mês, deitar pelo menos 1 hora no
período da manhã e 1 ou 2 horas no período da tarde nesta posição
(lateral esquerda). À noite procure também dormir, de preferência, do
lado esquerdo, eventualmente do direito, mas nunca de costa (barriga
para cima), pois esta, leva a palpitações, falta de ar, e queda de
pressão, chegando mesmo à perda dos sentidos (desmaio). Ainda no último
mês, começam a ficar mais freqüentes aquelas contrações que desde o 7~
mês já apareciam esporadicamente. Só que agora elas vêm com a sensação
de cólicas e começam a aparecer em maior número de vezes por dia,
principalmente á noite. Também são estimuladas pela movimentação do
feto.
PRÉ-PARTO
Cerca de 15 dias antes do parto, a mãe entra num período denominado de
Pre-Parto. Nesta época, as contrações vão ficando mais intensas e já
dificultam até o sono materno. Em primigestas a mãe pode perceber a
diminuição do volume abdominal e pode elimina são mais perceptíveis na
primeira gravidez, e são denominados respectivamente "queda do ventre" e
eliminação da "rolha" ou 'tampão" mucoso. Aparecem em média 15 dias
antes do parto em primigestas, e menos tempo em multíparas.
TRABALHO DE PARTO
As cólicas vão ficando cada dia mais freqüentes e mais intensas, até
que a mãe começa a apresentar 2 contrações (cólicas) a cada 10 minutos,
com duração de aproximadamente 40 segundos cada. Pode ser o início do
trabalho de parto. Deite-se do lado esquer de repouso não houve melhora
destas contrações, ligue para o seu médico ou dirija-se ao hospital onde
pretende dar a luz. Não fique afoita. O trabalho de parto em primigesta
leva em torno de 14 horas, e em multíparas entre 8 e 10 horas. Os
"alarmes falsos" são comuns, por isso, não se envergonhe se acontecer
com você. São sinais que devem ser avaliados imediatamente pelo médico:
Hemorragia genital
Perda de "água", principalmente se esverdeada pela vagina
Dor abdominal intensa, com dor
Parada de movimentos fetais por mais de 12 horas de estômago ou
distúrbios visuais
Urina avermelhada ou ardor intenso ao urinar
Febre
Inchaço abrupto das mãos e rosto
Ao chegar no hospital, a obstetriz de plantão irá examiná-la, e em
caso de internação a mesma comunicará ao seu médico (se particular), ou
ao médico do plantão. Em geral, você é submetida antes de ir para o
quarto, a uma tricotomia ((rasparem dos pêlos) o lado esquerdo, e a
obstetriz irá acompanhá-la até seu médico chegar, ou até a hora do parto
se for fazer com o plantão.
O PARTO
Procure seguiras orientações da obstetriz durante o trabalho de parto
(posição, respiração, etc.). Com relação ás anestesias, elas podem ser
peridural, raqui ou local. Para cada caso há uma indicação. Em geral, a
peridural é a mais comum, desde que o seu médico esteja na sala
acompanhando. O momento de instalação desta anestesia depende da
evolução do parto, e deve ser indicada oportunamente pelo seu parteiro.
Freqüentemente, a paciente sob estas anestesias (raqui ou pendurai),
perdem a capacidade de colaborar no período expulsivo do parto, o que
leva freqüentemente o médico a lançar mão do uso do fórcipe, realizando
um procedimento denominado fórcipe de alivio. Este procedimento é sempre
vantajoso tanto para a mãe como para o feto, e em geral diminui o
período de expulsão em torno de 30 minutos.
PÓS-PARTO
Após o parto, a mãe retornará ao seu quarto onde guardará repouso de
acordo com a orientação médica. O recém-nascido ficará as primeiras 6
horas em observação no berçário, onde será examinado e pesado, e só
então será liberado para a mãe.
AMAMENTAÇÃO
O leite materno surge entre 03~ e 50 dias após o parto, e pode ser
acompanhado de inchaço nas mamas, dor e até mesmo febre. Antes da
"descida do leite", existe o "colostro" que é um tipo de leite mais
claro. Este leite é rico em anticorpos e deve ser of e depois das
mamadas. Alguns cremes podem ser usados para prevenir fissuras nos
mamilos, é comum a mãe referir cólicas durante a amamentação, fato este
considerado normal. O pediatra do hospital lhe dará algumas orientações
iniciais em como cuidar do nené e do umbigo. Em geral, o tempo de
internação varia entre 2 a 3 dias após o parto. Após 1 semana do parto,
você retornará ao consultório para retirada dos pontos (se for cesária),
revisão pós-parto, e outras orientações importantes. Ao completar 40
dias após o parto, você retornará ao consultório para exame ginecológico
e orientação quanto a anticoncepção. A amamentação do seu filho é muito
importante, e trabalhos mostram que as crianças que forem amamentadas
até os 6 meses, têm 3 a 4 vezes menos chances de serem internadas no
primeiro ano de vida. Não se esqueça das consultas de puericultura
(acompanhamento pediátrico) e nem das vacinas do seu filho. O seu
investimento foi muito alto para ser arriscado por tão pouco.
Autor: Dr. Osmar R. Coiás - Preceptor da Residência em Tocoginecologia
da Casa Maternal (INAMPS) Médico do Departamento de Obstetrícia do
Hospital São Paulo.
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