quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Para comessarmos bem 2013, uma mensagen linda! confira.

Oois, amores!!!!! Bom galera, como este é o 1º post de 2013, eu juro, juro que não vou falar de mim, ok?
Quero deixar para todos vocês, uma linda mensagen que recebi hoje de um amigo muito especial. o
Ademar.
Espero que gostem, e que acima de tudo, comentem a respeito! Mil beijos, e bom resto de semana pra todo mundo! Até domingo eu prometo que volto!

O cego e o caçador

África Ocidental

Hugh Lupton
Do livro Histórias de Sabedoria e Encantamento

    Era uma vez um homem cego que morava numa  palhoça,  com  sua  irmã,
numa aldeia na orla da  Floresta.  Esse  homem  era  muito  inteligente.
Apesar de seus olhos não enxergarem nada, ele parecia saber mais sobre o
mundo do que as pessoas cujos olhos viam tudo.
    Costumava sentar-se à porta de sua  palhoça  e  conversar  com  quem
passava. Quando alguém tinha problemas, perguntava-lhe o que fazer e ele
sempre dava um bom conselho.
    Quando alguém queria saber alguma coisa, ele dizia, e suas respostas
eram sempre corretas. As pessoas balançavam a cabeça, admiradas:
    - Como é que você consegue saber tanta coisa, sem enxergar? E o cego
sorria, dizendo: - É que eu enxergo com os ouvidos.
    Bem, um dia a irmã do cego se apaixonou. Ela  se  apaixonou  por  um
caçador de outra aldeia. E logo o caçador se casou com a irmã do cego.
    Depois da festa de casamento, o caçador foi morar na palhoça, com  a
esposa. Mas o caçador não tinha paciência com o  irmão  da  mulher,  não
Tinha nenhuma paciência com o cego.
    - Para que serve um homem cego? - ele dizia. E a mulher respondia:
    - Ora, marido, ele sabe mais coisas do mundo do que as  pessoas  que
enxergam. O caçador ria:
    - Ha, ha, ha, o que pode saber um cego, que vive na  escuridão?  Ha,
ha, ha...
    Todos os dias, o caçador ia  para  a  floresta  com  seus  alçapões,
lanças e flechas. E todas as tardes, quando o caçador voltava à  aldeia,
o cego dizia:
    - Por favor, amanhã deixe-me ir com você caçar na floresta.
    Mas o caçador balançava a cabeça:
    - Para que serve um homem cego?
    Dias, semanas e meses se passavam, e todas as tardes  o  homem  cego
pedia:
    - Por favor, amanhã deixe-me caçar  também.  E  todas  as  tardes  o
caçador dizia que não.
    Uma tarde, porém, o caçador chegou de bom humor. Tinha trazido  para
casa uma bela caça, uma gazela bem gorda.
    Sua mulher temperou e assou a  carne  e,  quando  eles  acabaram  de
comer, o caçador disse ao homem cego:
    - Pois bem, amanhã você vai caçar comigo.
    Assim, na manhã seguinte os dois foram juntos  para  a  floresta,  o
caçador carregando seus alçapões, lanças e flechas, e conduzindo o  cego
pela mão, por entre as árvores. Andaram horas e horas.
    Então, de repente, o cego parou e puxou a mão do caçador:
    - Psss, um leão!
    O caçador olhou ao redor e não viu nada.
    - É um leão, sim, mas está tudo bem. Ele não  está  faminto  e  está
dormindo profundamente. Não vai nos fazer mal.
    Continuaram seu caminho e, de fato, encontraram um leão  dormindo  a
sono solto, debaixo de uma árvore.
    Depois que passaram pelo animal, o caçador perguntou:
    - Como você sabia do leão?
    - É que eu enxergo com os ouvidos.
    Andaram por mais quatro horas, e então o cego puxou de novo a mão do
caçador:
    - Psss, um elefante!
    O caçador olhou ao redor e não viu nada.
    - É um elefante, sim, mas tudo bem. Ele  está  dentro  de  uma  poça
d'água e não vai nos fazer mal.
    Continuaram seu caminho e, de fato, encontraram um elefante  imenso,
chapinhando numa poça d'água, esguichando lama nas próprias costas.
    Depois que passaram pelo animal, o caçador perguntou:
    - Como você sabia do elefante?
    - É que eu enxergo com os ouvidos.
    Continuaram seu caminho, se aprofundando cada vez mais na  floresta,
até chegarem a uma clareira. O caçador disse:
    - Vamos deixar nossos alçapões aqui.
    O caçador armou um alçapão e ensinou o cego a armar o outro.  Quando
os dois alçapões estavam armados, o caçador disse: - Amanhã vamos voltar
para ver o que pegamos. E os dois voltaram juntos para a aldeia.
    Na manhã seguinte, acordaram cedo. Mais uma vez, foram andando  pela
floresta. O caçador se ofereceu para segurar a mão do cego, mas  o  cego
disse:
    - Não, agora já conheço o caminho.
    Dessa vez, o homem cego foi  andando  na  frente.  Não  tropeçou  em
nenhuma raiz nem toco de árvore. Não errou o caminho nem uma vez.
    Andaram, andaram, até chegarem à clareira em que  tinham  armado  os
alçapões.
    De longe, o caçador viu que havia um pássaro preso em cada  alçapão.
De longe, viu que o pássaro preso em seu alçapão era pequeno e  cinzento
e que o pássaro preso no alçapão do cego era lindo,  com  penas  verdes,
vermelhas e douradas.
    - Sente-se ali - ele disse. - Cada um de nós apanhou um pássaro. Vou
tirá-los dos alçapões.
    O cego sentou-se e o caçador foi até os alçapões, pensando:
    - Um homem que não enxerga nunca vai perceber a diferença.
    E o que foi que ele fez? Deu ao cego o pequeno  pássaro  cinzento  e
ficou com o lindo pássaro de penas verdes, vermelhas e douradas.
    O cego pegou o pássaro cinzento nas  mãos,  levantou-se  e  os  dois
rumaram de volta para casa.
    Andaram, andaram, e a certa altura o caçador disse:
    - Já que você é tão inteligente e enxerga com os  ouvidos,  responda
uma coisa: por que há tanta desavença, ódio e guerra neste mundo?
    O cego respondeu:
    - Porque este mundo está cheio de gente como você, que  pega  o  que
não é seu.
    O caçador se encheu de vergonha. Pegou o pássaro cinzento da mão  do
cego e deu-lhe o pássaro lindo, de penas verdes, vermelhas e douradas.
    - Desculpe - ele disse.
    Os dois continuaram andando, e a certa altura o caçador disse:
    - Já que você é tão inteligente e enxerga com os  ouvidos,  responda
uma coisa: por que há tanto amor, bondade e conciliação neste mundo?
    O cego respondeu:
    - Porque este mundo está cheio de gente como você, que  aprende  com
seus próprios erros.
    Os dois continuaram andando, até chegarem à aldeia.
    E, a partir daquele dia, quando alguém perguntava ao cego:
    - Como é que você consegue saber tanta coisa, sem enxergar?,  era  o
caçador que respondia:
    - É que ele enxerga com os ouvidos... e ouve com o coração.

4 comentários:

Estrelinha disse...

Bela lição de vida mana... eu já vi esse texto, só não lembro onte. e se as pessoas enxergantes lessem,, e ficassem cegas?

dorinnha disse...

eles iam se lascar.... principalmente os que riem da gente, os que duvidam das nossas capacidades.

Inaie disse...

que lindo texto!!

Fernanda!!!! disse...

Oooooie maninha!!!!
Eu ja conhecia esse texto, e sempre que o leio não consigo deixar de me emocionar.
É lindo, e traz uma lição super verdadeira.
Não precisamos dos olhos para enxergarmos, só precisamos do coração e ponto.
Um beijo e posta mais.