sábado, 23 de maio de 2015

--aprendendo a me acalmar/e a me controlar.--

é ou não é difícil ouvir seu bebê chorando, e você saber que está demorando a ajudá-lo? ou porque está distante de onde ele se incontra, ou porque a cólica não passa, e etc? no livro a encantadora de bebês, acabei de aprender algo que (se eu conseguir aplicar, vai me ajudar bastante, porque eu sou sim bem anciosa quando o assunto é meu filho. não gosto de deixá-lo chorar.)
+ você mamãe, observe as dicas, e pense, assim como eu estou pensando aqui do outro lado da telinha:
será que ela não tem rasão?




 Acalme-se Com S.L.O.W.  

 O Bebê: Um Estranho em Terra Estranha
Tento ajudar os pais a se colocarem no lugar do bebê explicando que o recém-nascido é como um visitante vindo de um país muito distante.  

 Peço aos pais que se imaginem explorando uma terra estranha, mas fascinante. A paisagem pode ser linda, as pessoas calorosas e simpáticas - você pode ver isso nos olhos delas, em seus rostos sorridentes. Porém, pode ser um tanto frustrante conseguir o que você deseja sem conhecer a língua dessas pessoas. Você entra em um restaurante e pergunta onde é o banheiro e é levado até uma mesa, onde um prato cheio de macarrão é colocado debaixo de seu nariz. Ou o contrário: - você está procurando uma boa refeição, e o garçom o leva até o banheiro!
Desde o momento em que o recém-nascido chega ao mundo, é assim que ele se sente. Não importa que a decoração do quarto seja admirável ou que os pais sejam calorosos e bem-intencionados, os bebês   são bombardeados por sensações desconhecidas, que não compreendem. Sua única forma de comunicação - a sua linguagem - são o choro e os movimentos corporais.  

 Também é importante lembrar que os bebês crescem no tempo deles, não no nosso. Com exceção do bebê Livro-texto, o desenvolvimento da maioria dos recém-nascidos não segue um cronograma preciso. Os pais necessitam se afastar e observar o despertar de seu filho; o bebê precisa de apoio, não de uma pessoa que corra para salvá-lo a cada vez que algo parece errado.  

 Pisando nos Freios
Quando sou chamada para ajudar os pais a descobrir por que seu bebê está inquieto ou choroso, já sei que mamãe e papai estarão ansiosos para que eu faça alguma coisa imediatamente. Para grande surpresa deles, no entanto, aconselho: "Parem. Vamos tentar descobrir o que o bebê está dizendo!". Primeiro, faço uma pausa para observar os movimentos do bebê - os braços e as pernas se mexendo, a língua se enrolando, as costas se arqueando. Cada gesto tem um significado. Eu presto muita atenção ao tipo de choro e de sons que ele está emitindo - altura, intensidade e freqüência do som fazem parte da linguagem do bebê.  

 Também observo com atenção o ambiente. Imagino como é ser aquele bebê e estar onde ele está. Além de prestar atenção à aparência dele, a seus sons e gestos, olho o quarto, sinto a temperatura e escuto os ruídos da casa. Observo como a mãe e o pai estão - nervosos, cansados ou contraria- dos - e escuto o que eles estão dizendo. Também posso fazer algumas perguntas como: "Qual foi a última vez em que o alimentou?"," Você geralmente anda com ele no colo antes de colocá-lo para dormir?", "Ele sempre aproxima as pernas do peito, do jeito que está fazendo agora?".  

 Depois, eu espero - você não irromperia em uma conversa adulta se não soubesse exatamente qual é o assunto, não é mesmo?   Você faria pausas para descobrir até se é adequado interromper.  

 Quando, porém, se trata de um bebê, os adultos com freqüência tendem a se precipitar impetuosamente. A cada som emitido pelo bebê, os adultos começam a murmurar, acalentar, trocar fraldas, fazer cócegas, sacudir ou falar muito rápido e alto.  

 Acham que, com essas ações impetuosas, estão respondendo ao pedido do bebê, mas não estão apenas fazendo suposições, sem a mínima segurança. E, às vezes, agindo apenas para aliviar seu próprio desconforto, e não com a finalidade de responder às necessidades do bebê, eles acabam aumentando a angústia da criança.  

 Com o passar dos anos, aprendi o valor de avaliar antes de me precipitar; fazer uma pausa à espera da resposta correta tornou-se quase minha segunda natureza. Mas reconheço que os pais novos, que não estão acostumados ao som do choro e que estão ansiosos em relação a seu desempenho com o bebê, freqüentemente sentem mais dificuldade para adotar uma postura paciente. E por isso que criei outro acrônimo, muito útil para ajudar pais e profissionais a pisar nos freios: o S.L.O.W.  

 (em inglês, slow significa "lento", "vagaroso"). O termo é um lembrete de que você não deve se precipitar, e cada letra do acrônimo corresponde às etapas do processo de desaceleração.  

 S = Stop (parar). Faça uma pausa de 1 segundo; você não tem de sair correndo e pegar seu bebê no colo assim que ele começar a chorar.  

 Respire fundo três vezes, para ficar mais centrada e melhorar sua percepção. Também ajuda se você afastar da mente a voz das outras pessoas e os conselhos que recebeu, que muitas vezes dificultam a objetividade.  

 L = Listen (escutar). O choro é a linguagem própria dos bebês. Esse momento de pausa não significa deixar o bebê indefinidamente, mas sim escutar o que ele está dizendo.  

 O = Observe (observar). O que a linguagem corporal do bebê está querendo dizer? O que está acontecendo no ambiente? O que estava ocorrendo exatamente antes de o bebê "ter dito" isso? W = Whafs up? (o que está acontecendo?). Agora, se você combinar o que escutou ao que observou, assim como à rotina diária do bebê, será capaz de descobrir o que ele está tentando lhe dizer.  

 Sempre que seu bebê estiver inquieto, reclamando ou chorando, tente esta estratégia simples, que demora apenas alguns segundos.  

   Stop (pare). Lembre-se de que o choro é a linguagem dos bebês.  

 Listen (escute). 0 que este choro significa? Observe. O que o bebê está fazendo? O que se alterou? Whafs up?(o que está acontecendo?). Com base no que escutou e observou, avalie a situação e tome a providência adequada.  

 Quando o bebê chora, sua tendência natural é "salvá-lo". Você acredita que ele esteja angustiado; pior ainda, o choro a incomoda. O S do S.L.O.W. é um lembrete de que você deve refrear esses sentimentos e, em vez de agir em conformidade com eles, fazer uma pausa para tentar entender a reclamação do bebê. Deixe-me explicar três motivos importantes pelos quais solicito uma pausa.  

 1. Seu bebê precisa desenvolver a própria "voz". Todos os pais querem que os filhos sejam expressivos, isto é, que sejam capazes de pedir o que desejam e de falar sobre seus sentimentos. Infelizmente, muitos pais esperam a criança começar a desenvolver a linguagem verbal para estimular essa capacidade tão importante. No entanto, as raízes da expressão estão no início da lactância, quando os bebês começam a "conversar" conosco através de murmúrios e choros.  

 Com esse conceito em mente, pense no que acontece quando, em resposta a cada choro, a mãe oferece o seio ao filho ou coloca uma chupeta na boca dele. Isso não apenas cala a voz do bebê - essencialmente, emudece o bebê (é por isso que nós britânicos chamamos a chupeta de dum- mie, termo que pode ser traduzido por "mudo" ou "manequim") - como também o condiciona a não pedir ajuda. Afinal, cada choro diferente é uma solicitação específica de seu filho, que diz: "Sane esta necessidade".  

 Muito bem, duvido que você enfiaria uma meia enrolada na boca de seu marido se ele dissesse que está cansado... Basicamente, no entanto, é isso que fazemos com o bebê quando apenas enfiamos algo em sua boca, em vez de esperar um pouco para ouvir o que ele está tentando comunicar.  

 A pior parte disso é que, ao se precipitarem, os pais inconsciente- mente treinam o bebê a não ter voz. Quando os pais não param para escutar e aprender a distinguir os diferentes choros (os quais numerosos estudos já comprovaram altamente diferenciados desde o nascimento),   os choros acabam, com o tempo, sendo impossíveis de distinguir. Em outras palavras, quando não recebe uma resposta ou recebe uma resposta errada a seus choros, o bebê acaba entendendo que não importa a maneira com que ele chora, que sempre obterá o mesmo resultado. Finalmente ele desiste e todos os seus choros acabam tendo o mesmo som.  

 2. Você precisa estimular a capacidade do bebê de se acalmar. Todos sabe mos a importância do autocontrole. Quando nos sentimos desanimada /os tomamos um banho quente, procuramos uma massagem relaxante, lemos um livro ou damos um passeio. Os métodos de relaxamento de cada pessoa podem ser diferentes, mas saber o que a ajuda a relaxar é uma capacidade importante para lidar com a vida. Há também evidências dessa capacidade em crianças de diferentes idades. Uma criança de 3 anos, quando está  frustrada, pode chupar o dedo ou abraçar seu ursinho de pelúcia; um adolescente se tranca no quarto e escuta música.  

 Bem, e quanto aos bebês? Obviamente, eles não podem dar um passeio ou ligar a televisão para relaxar, mas nasceram com um mecanismo interno de relaxamento o choro e o reflexo de sucção - e nós não precisamos ajudá-los a usar esses recursos. Bebês com menos de 3 meses podem não ser capazes de saber onde estão seus dedos, mas certamente podem chorar. Entre outras suposições, o choro seria uma forma de bloquear os estímulos externos, e é por isso que os bebês choram quando estão muito cansados. Na verdade, nós ainda fazemos isso quando somos adultos. Você nunca disse: "Estou tão cansada que tenho vontade de chorar"? O que você realmente quer fazer é fechar os olhos, tapar os ouvidos, abrir a boca e berrar, bloqueando assim tudo que a cerca.  

 Bem, eu não estou sugerindo que deixemos os bebês chorando até dormir - longe disso. Eu acho que esse hábito é insensato e cruel. Mas você pode interpretar os choros "de cansaço" dele como dicas: escureça o quarto, proteja-o da luz e dos ruídos. Além disso, às vezes os bebês choram por alguns segundos e depois voltam a dormir (a este tipo de choro, costumo chamar "de choro fantasma", veja a página 214). Com o choro, o bebê consegue se acalmar. Se nos precipitarmos, ele rapidamente perde essa capacidade.  

 3. Você precisa aprender a linguagem do seu bebê. O S.L.O.W. é uma ferramenta para o conhecimento de seu bebê e para a compreensão de   suas necessidades. Ao fazer uma pausa, para distinguir o choro e a expressão corporal que acompanha esse choro, você pode sanar as necessidades do bebê de forma mais adequada do que se apenas colocasse o seio na boca dele ou o acalentasse, sem compreender realmente qual é a necessidade específica daquele momento.  

 Novamente enfatizo que fazer uma pequena pausa para empreender esse processo de avaliação, não significa deixar o bebê chorando indefinidamente. Você apenas está fazendo uma pausa para aprender a linguagem dele. Você reage à necessidade dele e evita o sentimento de frustração. Na realidade, com esse método, você se torna tão eficiente em interpretar a linguagem de seu filho que já identifica o problema antes de ele sair do controle. Em resumo, fazer uma pausa para observar, escutar e depois avaliar a mensagem cuidadosamente, confere a você mais poder e a transforma em uma mãe melhor (veja o quadro "Os Benefícios Comprovados da Interpretação do Choro", nesta página).  

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