Mas como?
tenho feito uso de vários bichinhos de pelúcia que ele tem, que são de cores variadas, (já me contaram,) e também pedi para que fossem comprados chocalhos coloridos, pois assim não somente o som chamaria sua atenção, mas as cores também. isto é de extrema importância para eles, e estes momentos acabam sendo super interessantes, e nos vinculam + e + ao bebê, e sua nova faze. "faze do brincar".
esta fase permite que o bebê conheça + e + o mundo que lhe cerca. vamos usar uma referênsia que eu estudei na faculdade para explicar melhor a respeito:
Livro: Piaget: Experiências
básicas para utilização pelo professor.
Autor: Iris Barbosa Goulart
Local de publicação:
Petrópolis, RJ
Editora: Vozes Ltda
Ano: 1983
Edição: 8º
PARTE I
O CONSTRUTIVISMO PIAGETIANO E A EDUCAÇÃO.
1. OS FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA
Como tem origem e como evolui o conhecimento?
Esta questão que tem preocupado os filósofos
de todos os tempos é respondida, em nossos dias, pelo menos de 3 modos
diferentes.
Segundo os inatistas, o conhecimento é
pré-formado, ou seja, já nascemos com as estruturas do conhecimento, e elas se
atualizam à medida que nos desenvolvemos. Konrad Lorenz, um psicofisiologista,
tentou provar esta tese, e uma de suas experiências sobre o imprinting ou impressão evidencia que
aprendizagens complexas acontecem facilmente no momento em que o organismo está
preparado para elas. Noam Chomsky, outro adepto do inatismo, tem tentado
demonstrar a pré-formação das estruturas lingüísticas.
Em oposição a este grupo de teóricos, os
empiristas admitem que o conhecimento tem origem e evolui a partir da
experiência que o sujeito vai acumulando. Levado a extremo, o empirismo se
expressa no determinismo ambiental, posição segundo a qual o homem é produto do
ambiente. Os mais conhecidos adeptos da tese empirista são os americanos J. B.
Watson e B. F. Skinner,
representantes do comportamentismo.
Um terceiro grupo de teóricos, os
construtivistas, admite que o conhecimento resulta da interação do sujeito com
o ambiente. Como adeptos desta tese temos o epistemólogo suíço Jean Piaget, o
psicólogo francês Henri Wallon e os russos L. S. Vigotskii, A. N. Leontiev e A.
R. Luria.
Piaget, analisando durante mais de 50 anos o
psiquismo infantil, concluiu que cada criança constrói, ao longo do processo de
desenvolvimento, o seu próprio modelo de mundo. As chaves principais do
desenvolvimento são, portanto:
a) a própria ação do sujeito.
b) O modo pelo qual isto se converte num
processo de construção interna, isto é, de formação dentro de sua mente de uma
estrutura em contínua expansão, que corresponde ao mundo exterior.
Piaget tem mostrado que, desde o princípio, a
própria criança exerce controle sobre a obtenção e organização de sua
experiência do mundo exterior. Acompanha com os olhos os objetos, seu olhar
explora em torno, volta a cabeça; com as mãos agarra, solta, joga, empurra;
explora com olhos e mãos alternadamente, cheira, leva à boca e prova, etc.
Estas ações, inicialmente puras formas de
exploração do mundo, aos poucos se integram em esquemas psíquicos ou modelos
elaborados pela criança.
Um esquema é, pois, um padrão de
comportamento ou uma ação que se desenvolve com uma certa organização e que
consiste num modo de abordar a realidade e conhecê-la. Há esquemas simples,
como o reflexo de sucção, presente pouco após o nascimento, e há esquemas
complexos, como as operações lógicas que emergem por volta dos 7 anos de idade.
Piaget considera que os esquemas simples vão se organizando, integrando-se a
outros e formando os esquemas complexos. As estruturas psicológicas desenvolvem-se
gradualmente neste processo de interação com o ambiente e são compostas de uma
série de esquemas integrados.
O construtivismo explica os processos de
desenvolvimento e aprendizagem como resultados da atividade do homem na
interação com o ambiente. Piaget explica esta interação valendo-se dos
conceitos de assimilação, acomodação e adaptação, termos tomados da Biologia. A
assimilação é a incorporação de um novo objeto ou idéia ao que já é conhecido,
ou seja, ao esquema que a criança já possui. A acomodação, por sua vez, implica
na transformação que o organismo sofre para poder lidar com o ambiente. Assim,
diante de um objeto novo ou de uma idéia, a criança modifica seus esquemas
adquiridos anteriormente, tentando adaptar-se à nova situação. Na digestão, a assimilação
se dá quando ingerimos o alimento, e para isto o modificamos (partimos, roemos,
dissolvemos o alimento) conforme a nossa experiência em lidar com alimentos.
Pode-se dizer que o alimento (e não o nosso organismo) é modificado e se torna
parte do organismo. Por outro lado, o organismo também sofre modificações
quando ingerimos um alimento: contrai-se, libera certos ácidos, tenta lidar com
o alimento; a isto se chama acomodação.
Transferindo os conceitos para o plano
psicológico, usemo o seguinte exemplo: o leitor deste texto, à medida que faz a
sua leitura, vai assimilando o conteúdo, isto é, vai se apropriando dele e
procurando entendê-lo de conformidade com o que conhece sobre este assunto
(assimilação). Ao mesmo tempo, contudo, a nova leitura vai determinando
alterações na organização do seu conhecimento sobre o assunto (acomodação).
Muitas aquisições feitas resistem aos esquemas a que a criança está acostumada
e impõem mudanças a esses esquemas; outras, produzem novos resultados, que
enriquecem o alcance ou a gama dos esquemas. A criança é, pois, o próprio
agente de seu desenvolvimento; os processos assimilativos gradualmente estendem
seu domínio e a acomodação leva a modificações da atividade. Do equilíbrio
desses dois processos advém uma adaptação ao mundo cada vez mais adequada e uma
conseqüente organização mental.
O desenvolvimento cognitivo, controlado por
esses fatores, processa-se através de todas as atividades infantis. Nos dois
primeiros anos de vida, as atividades são físicas, dirigidas a
objetos e situações externas. À medida que aumentam as
possibilidades da criança e ela domina a locomoção, depois a linguagem, as
atividades externas desenvolvem uma dimensão interna importante, pois o que vai
explorando enquanto anda vai sendo representado mentalmente. Nos quatro anos
seguintes, o processo continua através de todas as
atividades infantis e, gradualmente, por volta dos sete anos, surge o
pensamento operatório. Inicialmente, as ações interiorizadas ainda se
fundamentam na manipulação mental dos objetos e constituem as operações
concretas. Mais tarde, graças a um avanço maior, surgem as operações abstratas,
a partir da adolescência; estas são baseadas em um tipo de raciocínio abstrato,
e substituem as manipulações de objetos por uma lida com proposições verbais.
Desde o começo, pois, construímos em nossa
mente uma espécie de modelo interior do mundo que nos rodeia; como o modelo
básico está em nossa mente, resta construí-lo, completá-1o e organizá-lo, à
medida que se tem contato com os estímulos do meio.
A obra de Piaget nos ajuda a compreender a
seqüência de desenvolvimento do modelo de mundo que uma criança vai construindo
ao longo de cada período de sua vida; nos ajuda também a compreender os
"erros" cometidos pelas crianças, percebendo-os como resultados de
uma maneira particular de interpretar a realidade, a partir de um modelo
particular de mundo que se tem. É esse modelo particular de mundo da criança e
não do professor que se tem de levar em conta quando se realiza o ensino. Além
disso, a construção de novos modelos, mais evoluídos, só é possível graças à
atividade do próprio aluno, que é agente de seu desenvolvimento.
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